Volume 44 Number 3

WHAM evidence summary: potato peel dressing for healing burns

Emily Haesler

Keywords Traditional wound management, evidence summary., potato peel

For referencing Haesler E. WHAM evidence summary: potato peel dressing for healing burns. WCET® Journal 2024;44(3):30-32.

DOI 10.33235/wcet.44.3.30-32

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Clinical question

What is the best available evidence for potato peel dressing (PPD) for healing burns?

Summary

PPD is a low cost, traditional dressing used to treat burns and other wounds. Sterile PPD is used with gauze bandages to prevent the burn from desiccation. In most uses, a topical antimicrobial is also applied. Level 1 evidence1 at high risk of bias showed that partial thickness burns treated with PPD can achieve healing, but not as quickly as with honey dressing. Low level evidence2-4 showed no substantial difference in healing time for burns treated with PPD compared to other basic dressings (banana leaf and petroleum-impregnated gauze). In clinical settings without access to modern/advanced wound treatments, PPD could be considered as a protective dressing to use in conjunction with topical antimicrobials for treating burns; however, evaluation of the clinical options is paramount.

Clinical practice recommendations

All recommendations should be applied with consideration to the wound, the person, the health professional and the clinical context.

There is insufficient evidence to make a recommendation on the use of potato peel dressings to promote healing in burns.

 

Sources of evidence: search and appraisal

This summary was conducted using Joanna Briggs Institute5-8 methods. The summary is based on a systematic literature search combining search terms related to PPDs and burns in humans. Searches identified evidence published up to 10 August 2024 in English in the following databases: Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), Medline (Ovid), Google Scholar, Embase (Ovid), AMED, Health Internetwork Access to Research Initiative (Hinari, via Research4Life) and Cochrane Library. Levels of evidence for intervention studies are reported in Table 1.

 

Table 1. Levels of evidence for clinical studies

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Background

Potato peel dressing is prepared in low and middle resource countries as a cost-effective treatment to protect burn injuries from desiccation in the absence of modern/advanced dressings that promote wound healing.1-4, 9 When the peelings can be sourced at no cost from local food preparation industries the PPD is less expensive than alternatives, including petroleum-impregnated gauze.9

Clinical evidence on potato peel dressing for treating burns

Table 2 summarises studies exploring PPD for treating burns. The evidence comes from the following studies, all of which were at high risk of bias:

  • In a small RCT1, partial thickness burns were treated with either sterile PPD covered in sterile gauze and changed on alternate days (n = 50) or unprocessed, undiluted honey dressing changed on alternate days (n = 50). The PPD group achieved granulation tissue in a mean of 9.2 days compared to a mean of 6.8 days in the honey-dressing group. The mean time to total healing was significantly longer in the PPD group (16.2 days versus 9.2 days, p < 0.001) Around 80% of the burns in both groups had colonisation at baseline on culture. By day 7, 90% of burns in the honey group that were colonised at baseline had negative cultures compared with none in the PPD group1 (Level 1).
  • In a small comparative study,2 partial thickness burns received either PPD (n = 30) or banana leaf dressing (BLD, n = 30). All burns also received povidone-iodine ointment. Participants acted as their own control with the comparative treatments applied to burns at different anatomical locations. There was no between-group difference for complete healing without a skin graft (PPD = 67% of burns versus BLD = 64% of burns, p > 0.05); most burns completely healed within 10 days. The PPD and BLD were rated equivalently and favourably by participants with respect to managing pain2 (Level 2).
  • In an observational study4, (n = 17) PPD was evaluated for partial and full thickness burns using histological examination of wound biopsies. All participants received silver sulphadiazine ointment and the majority of their burn was covered with PPD and gauze. A small burn area was covered with gauze only as a comparison. Complete healing was achieved in 21–26 days; longer healing time was associated with delay in hospitalisation. The PPD was associated with lower levels of inflammation, more orderly cellular stratification and faster epidermal regeneration compared with gauze only, with no difference in microbial profiles4 (Level 3).
  • In a case report3, the majority of a child’s partial thickness burn was covered with PPD, and a small area was treated with only petroleum-impregnated gauze. Time to complete healing was faster with PPD (7 days versus 10 days)3 (Level 4).

 

Table 2. Summary of evidence for potato peel dressing for healing partial and full thickness burns

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Considerations for use

  • Consider local policies, procedures, and licensing before implementing traditional treatments.
  • To prepare PPD, clean boiled potato peelings are adhered to a roller bandage using starch paste before being dried, rolled into a bandage and autoclaved. The bandage is applied with the inner surface of peel in contact with the burn, with no gaps between the peel. This is covered with sterile gauze and a bandage.1, 3, 4
  • No allergies or adverse events were experienced in the studies1-4 on PPD for treating burns.

Conflicts of interest

The author declares no conflicts of interest in accordance with International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) standards.

About WHAM evidence summaries

WHAM evidence summaries include the best available evidence to inform clinical practice. The evidence should be evaluated by appropriately trained professionals with expertise in wound prevention and management, and considered in the context of the individual, the professional, the clinical setting and other relevant clinical information. WHAM evidence summaries are developed using methodology consistent with that published by Joanna Briggs Institute5-8. Evidence is identified via a PICO search strategy, assigned a level of evidence and evaluated for risk of bias. Visit the website: www.WHAMwounds.com. Copyright © WHAM Collaborative, Curtin University, and the authors.


Resumo de evidências da WHAM: utilização de penso de casca de batata para a cicatrização de queimaduras

Emily Haesler

DOI: 10.33235/wcet.44.3.30-32

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References

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Questão clínica

Quais são as melhores evidências disponíveis para o penso de casca de batata (PPD) na cicatrização de queimaduras?

Resumo

O PPD é um penso tradicional e de baixo custo utilizado para tratar queimaduras e outras feridas. O PPD estéril é utilizado com ligaduras de gaze de forma a evitar a dessecação da queimadura. É também aplicado um antimicrobiano tópico na maioria das utilizações. Provas de nível 1 1 com alto risco de enviesamento mostraram que queimaduras de espessura parcial tratadas com PPD podem cicatrizar, mas não tão rapidamente quanto com um penso de mel. Evidência de baixo nível2-4 não demonstrou nenhuma diferença substancial no tempo de cicatrização de queimaduras tratadas com PPD em comparação com outros pensos básicos (folha de bananeira e gaze impregnada de petróleo). Em ambientes clínicos sem acesso a tratamentos de feridas modernos/avançados, o PPD pode ser considerado como um penso protetor a utilizar conjuntamente com antimicrobianos tópicos para o tratamento de queimaduras; no entanto, é fundamental a avaliação das opções clínicas.

Recomendações de prática clínica

Todas as recomendações devem ser aplicadas tendo em consideração a ferida, a pessoa, o profissional de saúde e o contexto clínico.

 

Não existem provas suficientes para se poder efetuar uma recomendação sobre a utilização de pensos de casca de batata para a promoção da cicatrização de queimaduras.

 

Origem das evidências: pesquisa e avaliação

Este resumo foi conduzido utilizando os métodos publicados pelo Instituto Joanna Briggs5-8. O resumo baseia-se numa pesquisa bibliográfica sistemática que combina termos de pesquisa relacionados com PPDs e com queimaduras em seres humanos. As pesquisas identificaram evidências publicadas em inglês até 10 de agosto de 2024 nas seguintes bases de dados: Índice Cumulativo de Literatura de Enfermagem e Saúde Aliada (CINAHL), Medline (Ovid), Google Scholar, Embase (Ovid), AMED e Health Iniciativa de acesso à investigação através da Internet (Hinari, acesso via Research4Life) e Biblioteca Cochrane. Na Tabela 1 encontram-se relatados os níveis de evidência para estudos de intervenção.

 

Tabela 1. Níveis de evidência para estudos clínicos

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Antecedentes

O penso de casca de batata é preparado em países com recursos baixos e médios como um tratamento com uma boa relação custo-benefício para a proteção das queimaduras da dessecação na ausência de pensos modernos/avançados que promovam a cicatrização de feridas.1-4, 9 Quando as cascas podem ser obtidas a custo zero nas indústrias locais de preparação de alimentos, o PPD é menos dispendioso do que as alternativas, incluindo a gaze impregnada em petróleo.9

Dados clínicos sobre pensos de casca de batata para o tratamento de queimaduras

A Tabela 2 resume os estudos que exploram o PPD no tratamento de queimaduras. A evidência provém dos seguintes estudos, todos eles apresentando um elevado risco de enviesamento:

  • Num pequeno ensaio clínico RCT1, as queimaduras de espessura parcial foram tratadas com PPD estéril coberto com gaze estéril, sendo o penso trocado em dias alternados (n=50) ou com penso de mel não processado e não diluído igualmente trocado em dias alternados (n=50). O grupo PPD alcançou tecido de granulação numa média de 9,2 dias, em comparação com uma média de 6,8 dias no grupo do penso de mel. O tempo médio para a cicatrização total foi significativamente mais longo no grupo PPD (16,2 dias versus 9,2 dias, p<0,001). Cerca de 80% das queimaduras em ambos os grupos apresentavam colonização no início da cultura. Ao sétimo dia, 90% das queimaduras do grupo do mel que estavam colonizadas na fase inicial tinham culturas negativas, em comparação com nenhuma no grupo do PPD1 (Nível 1).
  • Num pequeno estudo comparativo,2 queimaduras de espessura parcial receberam PPD (n=30) ou, em alternativa, penso de folha de bananeira (BLD, n = 30). Todas as queimaduras receberam também pomada de iodopovidona. Os participantes realizaram o seu próprio controlo, com os tratamentos comparativos a serem aplicados a queimaduras em diferentes localizações anatómicas. Não existiram diferenças entre os grupos para a cicatrização completa sem enxerto de pele (PPD=67% das queimaduras versus BLD=64% das queimaduras, p>0,05); a maioria das queimaduras cicatrizou completamente em 10 dias. No que respeita à gestão da dor2 (Nível 2), o PPD e o BLD foram avaliados de forma equivalente e favorável pelos participantes.
  • Num estudo de observação4 (n=17), a PPD foi avaliada em queimaduras de espessura parcial e total, através do exame histológico de biopsias de feridas. Todos os participantes receberam pomada de sulfadiazina de prata e a maior parte da queimadura foi coberta com PPD e com gaze. Uma pequena área queimada foi coberta com gaze apenas como comparação. A cicatrização completa foi alcançada em 21-26 dias; um tempo de cicatrização mais longo foi associado a uma demora na hospitalização. O PPD foi associado a níveis mais baixos de inflamação, a uma estratificação celular mais ordenada e a uma regeneração epidérmica mais rápida, em comparação com a gaze apenas, não apresentando diferença nos perfis microbianos4 (Nível 3).
  • Num relatório de caso3, a maior parte da queimadura de espessura parcial de uma criança foi coberta com PPD, sendo que uma pequena área foi tratada apenas com gaze impregnada de petróleo. O tempo para a cicatrização completa foi mais rápido com PPD (7 dias versus 10 dias)3 (Nível 4).

 

Tabela 2. Resumo da evidência para o penso de casca de batata na cicatrização de queimaduras de espessura parcial e total

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Considerações de utilização

  • Considerar as políticas, procedimentos e as licenças locais antes de implementar tratamentos tradicionais para feridas.
  • Para a preparação do PPD, as cascas de batata cozidas e limpas são aderidas a uma ligadura de rolo utilizando pasta de amido antes de serem secas, enroladas numa ligadura e autoclavadas. A ligadura então é aplicada com a superfície interna do casca em contacto com a queimadura, sem espaços entre as cascas. Esta é então coberta com gaze esterilizada e com uma ligadura.1, 3, 4
  • Não foram registadas alergias ou eventos adversos nos estudos1-4 sobre PPD para o tratamento de queimaduras.

Conflito de interesses

Os autores declaram não existirem conflitos de interesse, em conformidade com as normas do Comité Internacional de Editores de Revistas Médicas (ICMJE).

Sobre os resumos de evidências da WHAM

Os resumos de evidências WHAM incluem as melhores evidências disponíveis para informar a prática clínica. As evidências contidas neste resumo devem ser avaliadas por profissionais devidamente formados e com conhecimentos especializados na prevenção e na gestão de feridas e as provas devem ser consideradas no contexto do indivíduo e do profissional, do ambiente clínico e de outras informações clínicas relevantes. Os resumos das provas do WHAM são desenvolvidos utilizando uma metodologia consistente com a publicada pelo Instituto Joanna Briggs5-8. A evidência subjacente a uma recomendação WHAM é identificada através de uma estratégia de pesquisa PICO, sendo-lhe atribuído um nível de evidência e também avaliado o risco de enviesamento. Visite o sítio Web: www.WHAMwounds.com. Copyright © Wound Healing and Management Collaborative, Curtin University, e os autores.


Author(s)

Emily Haesler
PhD P Grad Dip Adv Nurs (Gerontics) BN FWA
Adjunct Professor, Curtin University, Curtin Health Innovation Research Institute,
Wound Healing and Management (WHAM) Collaborative

References

  1. Subrahmanyam M. Honey dressing versus boiled potato peel in the treatment of burns: A prospective randomized study. Burns, 1996; 22(6): 491-3.
  2. Gore M, Akolekar D. Evaluation of banana leaf dressing for partial thickness burn wounds. Burns, 2003; 29(5): 487-92.
  3. Keswani M, Patil A. The boiled potato peel as a burn wound dressing: a preliminary report. Burns Incl Therm Inj, 1985; 11(3): 220-4.
  4. Keswani M, Vartak A, Patil A, Davies J. Histological and bacteriological studies of burn wounds treated with boiled potato peel dressings. Burns, 1990;16(2):137-43.
  5. Aromataris E, Munn Z, editors. (2020) JBI Manual for Evidence Synthesis. Joanna Briggs Institute.
  6. Joanna Briggs Institute Levels of Evidence and Grades of Recommendation Working Party (2013). New JBI Grades of Recommendation. Adelaide, Australia: Joanna Briggs Institute.
  7. Joanna Briggs Institute Levels of Evidence and Grades of Recommendation Working Party. (2014) Supporting Document for the Joanna Briggs Institute Levels of Evidence and Grades of Recommendation. Adelaide, Australia: Joanna Briggs Institute.
  8. Munn Z, Lockwood C, Moola S. The development and use of evidence summaries for point of care information systems: A streamlined rapid review approach. Worldviews Evid Based Nurs, 2015;12(3):131-8.
  9. Patil A, Keswani M. Bandages of boiled potato peels. Burns Incl Therm Inj, 1985;11(6):444-5.

 

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