Volume 44 Number 3

Giving two minutes of time

Hiske Smart

For referencing Smart H. Giving two minutes of time. WCET® Journal 2024;44(3):8.

DOI 10.33235/wcet.44.3.8

PDF

Author(s)

References

Português

Patient experience is shaped by much more than the size of a hospital, the expertise of its clinicians, or the available clinical resources. At the heart of every meaningful encounter is a personal connection. Without this connection, the best resources and the most specialised care can fall short, leaving both the patient and clinician unfulfilled.

In this editorial, I want to delve into how we, as wound and stoma care clinicians, can create patient experiences that go beyond the confines of marketing campaigns. We know that patients feel deeply, and the care we provide becomes etched in their memories. These memories don’t just influence patient outcomes—they play a crucial role in how patients embrace the future after an intervention and how they respond to ongoing care. For some, this journey leads to complete healing; for others, it involves significant lifestyle changes, permanent body alterations, or even loss.

Our awareness of how we communicate in the first two minutes of a patient encounter can be the key to building clinical trust, openness, adherence, and acceptance. By giving a patient just two minutes of uninterrupted time to share their story—instead of the average 11 seconds before interruption1—we can gather nearly 80% of the information we need to make informed decisions and establish a strong two-way communication channel by reflecting back the essence of what they’ve shared.1,2 This simple act positions us as listening clinicians, and more importantly, it helps the patient feel recognised as a person with a relevant problem, deserving of our time. In today’s fast-paced medical world, where time is a scarce commodity, this can come as a profound and pleasant surprise to patients.

If that initial encounter doesn’t establish a core value of worthiness, no other concerns may be communicated, potentially setting clinicians up for failure. Sadly, there’s no formula for identifying these concerns without a trusting patient-clinician relationship. Many of these issues are deeply personal or embarrassing and may only come to light over time. We might never know that a high-protein diet wasn’t followed because there wasn’t enough food for the rest of the family, or that a patient wasn’t using diabetic foot offloading because shoes weren’t allowed indoors. We might not even realise that a patient is crying themselves to sleep each night, grieving their current situation.

As part of the International Interprofessional Wound Care Group, we prioritise patient-centered concerns as an academic priority that significantly influences clinical outcomes and patient experiences. Our next conference, taking place on 8 and 9 March 2024 at the ADNEC Centre in Abu Dhabi, UAE, is an opportunity for you to share your patient-centered experiences. We want to hear how a trust-based relationship led to outcomes that exceeded expectations and became valuable learning moments.

Remember, two minutes of uninterrupted listening has the power to establish transformative care and in doing so, create memories that heal.


Dar dois minutos de tempo

Hiske Smart

DOI: 10.33235/wcet.44.3.8

Author(s)

References

PDF

A experiência do paciente é moldada por muito mais do que a dimensão de um hospital, a experiência dos seus médicos ou os recursos clínicos disponíveis. No centro de cada encontro significativo está uma ligação pessoal. Sem esta ligação, os melhores recursos e os cuidados mais especializados podem ficar aquém das expectativas, deixando insatisfeitos tanto o paciente como o médico.

Neste editorial pretendo aprofundar a forma como nós, enquanto clínicos de tratamento de feridas e de estomas, podemos criar experiências para os pacientes que vão para além dos limites das campanhas de marketing. Sabemos que os pacientes sentem profundamente e que os cuidados que prestamos ficam gravados nas suas memórias. Estas memórias não influenciam apenas os resultados dos pacientes - desempenham um papel crucial na forma como os pacientes encaram o futuro após uma intervenção e como reagem aos cuidados continuados. Para alguns, este percurso conduz à cicatrização completa; para outros, implica mudanças significativas no seu estilo de vida, alterações corporais permanentes ou mesmo perdas.

A nossa consciência da forma como comunicamos nos primeiros dois minutos de um encontro com um paciente pode ser a chave para criar confiança clínica, abertura, adesão e aceitação. Se dermos a um paciente apenas dois minutos de tempo ininterrupto para partilhar a sua história - em vez da média de 11 segundos antes da interrupção1—podemos recolher quase 80% da informação de que precisamos para tomar decisões informadas e ainda estabelecer um canal de comunicação bidirecional forte, refletindo a essência do que partilharam.1, 2 Este simples ato posiciona-nos como clínicos que ouvem e, mais importante ainda, ajuda o paciente a sentir-se reconhecido como uma pessoa com um problema relevante e que merece o nosso tempo. No atual mundo médico acelerado, em que o tempo é um bem escasso, para os pacientes isto pode ser uma profunda e agradável surpresa.

Se esse encontro inicial não estabelecer um valor fundamental de dignidade, não podem ser comunicadas outras preocupações, o que pode levar os médicos ao fracasso. Infelizmente, sem uma relação de confiança entre o paciente e o médico, não existe uma fórmula para identificar estas preocupações. Muitas destas questões são profundamente pessoais ou embaraçosas e só podem vir à superfície com o tempo. Talvez nunca saibamos que uma dieta rica em proteínas não foi seguida porque não havia comida suficiente para o resto da família, ou que um paciente não estava a utilizar a descarga do pé diabético porque os sapatos não eram permitidos dentro de casa. Podemos nem sequer nos aperceber que um paciente chora até adormecer todas as noites, lamentando a sua situação atual.

Como parte do International Interprofessional Wound Care Group, damos prioridade às preocupações centrado no paciente como uma prioridade académica que influencia significativamente os resultados clínicos e as experiências dos pacientes. A nossa próxima conferência, que terá lugar a 8 e 9 de março de 2024 no ADNEC Centre em Abu Dhabi, UAE, é uma oportunidade para partilhar as suas experiências centrado noo paciente Queremos saber como uma relação baseada na confiança conduziu a resultados que excederam as expectativas e assim se tornou em momentos de aprendizagem valiosos.

Lembre-se, dois minutos de escuta ininterrupta têm o poder de estabelecer cuidados transformadores e, ao fazê-lo, de criar memórias que curam.


Author(s)

Hiske Smart
President IIWCG

References

  1. Phillips KA, Ospina NS, Montori VM. Physicians Interrupting Patients. J Gen Intern Med. 2019 Oct;34(10):1965. doi: 10.1007/s11606-019-05247-5. PMID: 31388903; PMCID: PMC6816596.
  2. Huntington B, Kuhn N. Communication gaffes: a root cause of malpractice claims. Proc (Bayl Univ Med Cent). 2003 Apr;16(2):157-61; discussion 161. doi: 10.1080/08998280.2003.11927898. PMID: 16278732; PMCID: PMC1201002.